Durante períodos de guerra — como a Segunda Guerra Mundial — o batom foi usado por mulheres como símbolo de resistência moral e de afirmação da feminilidade, mesmo em meio ao caos. Nos campos de batalha, nas fábricas ou em zonas ocupadas, o ato de passar batom era uma forma de dizer: “a guerra não me desumanizou”.
Winston Churchill autorizou a produção contínua de batons durante a guerra, mesmo quando outros cosméticos foram racionados.
O batom vermelho era visto como símbolo de poder e patriotismo, muitas vezes incentivado pelo governo.
Incentivar a força de trabalho feminina (“We Can Do It!”);
Aumentar o moral das tropas;
Refletir otimismo, saúde e beleza como valores nacionais.
Ou seja, o batom era também uma “arma psicológica” que moldava a percepção da mulher guerreira e sensual.
Em tempos modernos, especialmente com os conflitos no Oriente Médio ou regimes repressivos, o batom tem se tornado símbolo de protesto:
Em regimes teocráticos, onde a maquiagem pode ser proibida, o uso do batom se transforma em ato de rebeldia.
Nas redes sociais, ativistas usam o batom para chamar atenção a causas como o feminicídio, o direito ao corpo, ou a resistência contra o autoritarismo.
Um exemplo recente é o movimento de mulheres iranianas que, ao retirar o véu e usar batom vermelho, desafiaram o regime em manifestações após a morte de Mahsa Amini.
Na psicanálise e na semiótica, o batom representa:
Sexualidade, poder, autonomia;
Uma ruptura com a opressão;
Um elemento de “guerra silenciosa” contra o patriarcado.
É uma “arma” que fere não fisicamente, mas no campo da imagem e da narrativa.
O batom, longe de ser um simples item de beleza, pode ser entendido como uma arma simbólica de guerra e resistência. Ele combate o apagamento da identidade feminina em tempos de crise, empodera, desafia convenções e constrói discursos poderosos — em silêncio, mas com impacto.